Lula já liberou mais emendas em 2023 do que Bolsonaro em 2022

Lula já liberou mais emendas em 2023 do que Bolsonaro em 2022

No primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve uma liberação de emendas parlamentares 17,6% superior àquela realizada por Jair Bolsonaro (PL) em 2022, quando o ex-presidente tentou a reeleição. Até 29 de novembro, a administração petista comprometeu-se com um total de R$ 29,95 bilhões, enquanto no ano anterior o governo federal destinou R$ 25,46 bilhões por meio de indicações de deputados e senadores. Vale ressaltar que, em 2020, Bolsonaro disponibilizou ainda mais recursos.

A disparidade no montante aprovado em 2023 pela gestão de Lula é ainda mais expressiva, atingindo 38,9%. Em 2022, o governo Bolsonaro liberou R$ 25,8 bilhões, ao passo que, neste ano, foram autorizados R$ 35,84 bilhões em emendas. Contudo, é crucial observar que a autorização representa uma fase inicial e não garante que todo o valor será reservado no orçamento federal e efetivamente pago.

Embora os parlamentares tenham a prerrogativa de indicar recursos para suas escolhas, a decisão de quando realizar o empenho, ou seja, a reserva do valor, cabe ao governo. Sem essa aprovação, os fundos não alcançam efetivamente os estados e municípios.

Nos primeiros meses de 2023, o governo enfrentou críticas de deputados e senadores devido à demora na liberação de recursos. À medida que o Planalto intensificou as negociações de apoio com os partidos do Centrão, observou-se um aumento no empenho de emendas.

Reforma Tributária

O mês de julho destacou-se como o período com a maior quantia de recursos desse tipo liberados, atingindo a marca de R$ 11,81 bilhões. Esse cenário coincidiu com a votação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, aprovado na Câmara após três décadas de discussão. Após ter sofrido alterações no Senado, o texto voltou para nova apreciação dos deputados. Por se tratar de uma PEC, a matéria precisa ser aprovada de forma idêntica nas duas Casas.

De agosto a novembro, o governo tem liberado entre R$ 2,4 bilhões e R$ 2,9 bilhões em emendas parlamentares. Nesse período, em setembro, Lula deu posse na Esplanada a dois nomes do PP e do Republicanos, partidos do Centrão, para melhorar sua base no Congresso — André Fufuca (PP), chefe do Ministério do Esporte, e Sílvio Costa Filho (Republicanos), titular da pasta de Portos e Aeroportos.

“Boom” de emendas em 2020 – Orçamento Secreto

O segundo ano do governo Bolsonaro foi o que mais somou emendas parlamentares empenhadas desde 2015, início da série histórica do painel do Senado. O aumento se deu devido ao início do chamado “orçamento secreto”, que ganhou tal apelido diante da falta de transparência: era possível saber os valores globais, mas não quem era o autor da indicação.

Em 2020, o governo empenhou para o Parlamento R$ 35,4 bilhões, sendo que, desse montante, R$ 19,7 bilhões eram do orçamento secreto. A farra com dinheiro público gerou “anomalias” – por meio dessa modalidade, parlamentares enviavam recursos para determinadas cidades com objetivo de beneficiar suas propriedades, como é o caso do atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

No fim de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o orçamento secreto é inconstitucional e, com isso, essa prática já não aparece entre as emendas parlamentares.

FONTE; JORNAL OPÇÃO

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