Congresso ignora cidades mais pobres ao destinar emendas da Saúde

Congresso ignora cidades mais pobres ao destinar emendas da Saúde

O estudo inédito realizado pelo Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) revelou uma tendência preocupante nas emendas parlamentares destinadas à saúde no Brasil. De acordo com a pesquisa, essas emendas não têm priorizado os municípios mais pobres e com os piores indicadores de atenção básica em saúde. A conclusão do estudo sugere a necessidade de um novo direcionamento desses recursos para atender de forma mais eficaz às áreas com maiores necessidades.

O levantamento propõe a criação de um índice que direcione as emendas para as cidades que mais ocorrerem, trazendo mais objetividade e eficácia às políticas públicas relacionadas à saúde. Segundo o secretário-geral do Gife, Cássio França, essa abordagem pode ser fundamental para garantir que os recursos sejam alocados de maneira mais equitativa.

Uma das principais conclusões do estudo é que municípios com indicadores mais baixos de mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis têm recebidos, em média, 62% mais recursos per capita em comparação com aqueles que enfrentam maiores desafios nesse indicador. Além disso, os municípios mais pobres, com menos recursos próprios destinados à saúde, receberam 59% menos recursos de emendas parlamentares para a atenção básica em saúde desde 2018.

O Gife defende que os parlamentares deveriam priorizar investimentos na atenção primária ao alocar suas emendas à saúde, já que os municípios com os níveis de cobertura da atenção básica inferiores são os que menos recebem recursos de emendas parlamentares. Isso ocorre mesmo em regiões com uma grande parcela da população brasileira, onde municípios com cobertura muito baixa de Atenção Básica do Programa Saúde da Família recebem quatro vezes menos recursos per capita em comparação com municípios que possuem cobertura completa.

Estas conclusões do estudo apontam para a necessidade de uma revisão e reformulação da forma como as emendas parlamentares são direcionadas para a saúde, a fim de garantir uma distribuição mais equitativa dos recursos e melhorar o acesso à atenção básica em saúde, especialmente nos municípios mais necessitados .

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