Gleisi Hoffmann: ‘R$ 53 bilhões em emendas parlamentares é um ultraje

Gleisi Hoffmann: ‘R$ 53 bilhões em emendas parlamentares é um ultraje

Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que os R$ 53 bilhões aprovados pelo Congresso para as emendas parlamentares são um “ultraje” e defendeu que a sociedade pressione o Parlamento a conter o avanço na gestão do Orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou parte do valor, o que gerou reclamações entre congressistas. Antagonista do ministro Fernando Haddad (Fazenda) no debate econômico, ela reiterou que a meta a ser perseguida seja de crescimento econômico, não de déficit zero. Para a dirigente, os números terão impacto no discurso eleitoral do PT, que deseja aumentar a quantidade de prefeituras e vai manter o embate acirrado com o bolsonarismo, já pensando em 2026.

O Centrão faz parte do governo, mas já recebeu críticas de integrantes da base, inclusive da senhora. O que acha da atuação do bloco?

Achei um ultraje o valor aprovado para emendas parlamentares no Orçamento, R$ 53 bilhões. É quase o total para investimento. Não sou contra as emendas, mas elas não podem substituir (o papel do governo). Não há um planejamento para o país na execução desses recursos, que seguem interesses dos parlamentares. Aí, o presidente (Lula) veta R$ 5,6 bilhões, e o pessoal do Congresso fica bravo, chateado. Não pode ser assim. Tudo tem limite. Temos que conservar o que é papel constitucional de cada Poder.

O presidente Lula fez críticas na campanha de 2022 ao orçamento secreto, que ficava na mão dos parlamentares e chegou a ter dotação de R$ 16 bilhões em um ano. As verbas aos congressistas, no entanto, seguem crescendo. Faltou ao governo atuar de maneira mais firme para combater esse valor de emendas em 2024?

Se tivéssemos maioria no Congresso, teríamos conseguido evitar esse crescimento exorbitante. Infelizmente, não temos uma correlação de forças para isso. Precisamos que a sociedade nos ajude, para não deixar o Legislativo avançar desse jeito numa situação que não é de sua responsabilidade constitucional.

O PT vai ter candidatura própria às presidências da Câmara e do Senado ou fará uma composição?

É cedo para falar, mas não vamos ficar como espectadores. Faremos a discussão no PT e com os partidos do nosso campo para ver o caminho.

A senhora vê para 2026 a manutenção dessa frente ampla de partidos que apoiam o governo?

O Lula tem que ser nosso candidato à reeleição. Não tenho dúvida. Está na resolução do PT. E nossa missão tem que ser fazer com que essa frente permaneça. Ela é totalmente expressa na formação do governo, na condução da economia e no relacionamento com o Congresso.

FONTE; O GLOBO

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